O lado bom da cirurgia plástica animal

Apesar da polêmica, há procedimentos necessários, que garantem a cura e o bem-estar dos bichinhos


A moda e a mania se fazer cirurgia plástica ganhou o mundo animal. Aplicação de próteses, mutilações e outras mudanças na aparência física dos animais privilegiando a estética são realizadas com frequência e geram cada vez mais polêmica. Em 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) proibiu a prática de algumas dessas atividades, como a conhectomia (corte de orelha), a retirada de cordas vocais em cães e de unhas em gatos. O Conselho também condena a caudectomia (corte de cauda).

De acordo com a resolução do CFMV, "ficam proibidas as cirurgias consideradas desnecessárias ou que possam impedir a capacidade de expressão do comportamento natural da espécie, sendo permitidas apenas as cirurgias que atendam as indicações clínicas”.

O outro lado
Há, entretanto, um outro tipo de cirurgia plástica, a reconstrutora, que tem como objetivo corrigir defeitos causados por lesões, como por exemplo, tumores e outras doenças. Esse tipo de procedimento é completamente legal e bem-vindo, já que visa melhorar a vida do animal.

Sobre o assunto, o médico veterinário Luciano Schneider, doutor em cirurgia reconstrutiva com biomateriais, e pertencente ao quadro de profissionais do HV/UFG, diferencia: "Existe a ideia de que a cirurgia plástica serve apenas para mudar a aparência do animal. Mas na Medicina Veterinária, a ênfase é na redução da problemática de doenças. Ou seja, corrigir, não embelezar".

Por ser uma área nova de atuação, não há no Brasil nenhuma entidade de ensino superior que conceda o título de cirurgião plástico ao médico veterinário. O que Schneider recomenda é que o proprietário procure profissionais com estudos na área, seja mestrado ou doutorado. Trabalhos publicados relativos ao assunto também são importantes. Tal precaução é importante para evitar que o animal seja operado por qualquer médico. Cirurgia plástica é uma área delicada e exige qualificações adequadas. Caso contrário, quem sai perdendo é o bichinho.

Procedimentos frequentes

Atualmente, segundo Schneider, os casos que mais aparecem no consultório são a blefaroplastia e a mastectomia. A primeira técnica citada corresponde à cirurgia das pálpebras. Cachorros que possuem muitas rugas faciais, como as raças Shar Pei, Fila Brasileiro, Mastim Napolitano e Bulldog, geralmente acabam desenvolvendo uma inversão das pálpebras, machucando o olho.

Já a mastectomia nada mais é do que a neoplasia mamária, ou seja, a reconstrução da mama que antes tinha tumores. Schneider também conta que as hérnias estão ficando bastante frequentes e precisam de um procedimento de reconstrução para fortalecer as paredes musculares. Em todos esses casos, é a cirurgia plástica que cura e alivia o sofrimento dos animais.
Fonte: HV/UFG

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