Ferida Crônica em Felinos: Retalho Padrão Axial Omocervical

 Na Medicina Veterinária é comum o uso de retalhos de padrão axial em cães e gatos. Os Retalhos são um meio útil de transferência de pele e exigem técnica cirúrgica meticulosa e cuidados pré e pós-operatórios adequados (NEVILL, 2010). Retalhos cutâneos que incluem uma artéria e uma veia cutânea direta em sua base são chamados de retalhos de padrão axial estes devem ser  transferidos para defeitos cutâneos dentro do seu raio; podem ter forma retangular ou de “L” (KOCK,2010). Segundo Trevor et al., (1992), os retalhos de padrão axial são utilizados para facilitar o fechamento de ferimentos após ressecção tumoral, traumas, feridas de difícil cicatrização, necroses cutâneas. Podem ser usados para recobrir defeitos com má vascularização, com exposição de nervos, tendões e ossos, e prevenindo problemas que podem ocorrer por ocasião da cicatrização por segunda intenção (ANGELI et al., 2006).
Modelo do Retalho Padrão Axial Omocervical:
 Segundo Birchard (2013), é de grande importância avaliar a possibilidade de fechamento da lesão, a escolha do tipo de retalho que será usado, tomando o cuidado de incluir os vasos cutâneos diretos, bem como garantir a viabilidade da pele. Deve-se levar em consideração os desenhos e combinações possíveis para se fazer o retalho, a tensão e a elasticidade da pele.
  As áreas doadoras mais indicadas são as que possuem pele suficiente para a elevação do retalho sem que se crie um defeito secundário. Devem-se evitar os locais doadores sujeitos a movimentações e tensões excessivas, para evitar deiscência da ferida e redução da mobilidade no local (PAVLETIC, 1998).
 O retalho de padrão axial omocervical é baseado no ramo cervical superficial da artéria omocervical. Os vasos se originam no linfonodo pré-escapular (REMEDIOS,1991), em um local correspondente à depressão escapular cranial, e correm dorsalmente exatamente craniais à escápula (HEDLUND,2005). Tem potencial de uso em grandes áreas de defeitos de pele, dentro do seu arco de rotação incluindo feridas envolvendo: a face, cabeça, orelhas, ombro, pescoço e axila.
  As imagens abaixo mostra a aplicação do retalho cutâneo de padrão axial omocervical em um paciente felino com uma ferida crônica que não fechava por meses. Paciente foi submetido à cirurgia reconstrutiva e passa bem se recuperando do procedimento cirúrgico.






  










Agradecimentos: A equipe Clínica Veterinária do Pará, em Belém. Dra Katia, Dr Marcio, Dr Vitor e Dr Nelson.


Referências:
ANGELI, A.L., BRANDÃO,C.V.S., FREITAS,R.S. Cirurgia Reconstrutiva: Retalho cutâneo em Pequenos Animais. Medvep Revista Científica de pequenos animais. v.4,n.12.p. 87-95, 2006.
BIRCHARD, S.J., SHERDING,R.G. Enxerto de pele selecionado e técnicas de reconstrução. In: Clínica de Pequenos Animais. 3° Edição. São Paulo: Roca,2013 p. 568-577.
HEDLUND, C.S. Cirurgia do Sistema Tegumentar..In: FOSSUM,T.W. Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Roca,2005. p- 135-188.Pequenos Animais. São Paulo: Roca,2005. p- 135-188. 
KOCK, D. Handout principles in smallNEVIL,B.G. Axial pattern Skin flap used for wound closure Thoracodorsal a dog. JS Afr.Vet. Assoc, Pretoria, v.81,n.1,2010.
PAVLETIC, M.M. Pele e órgãos anexos. In: SLATTER,D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 2° Edição. São Paulo: Manole,1998a, p.323 – 333.
PAVLETIC, M.M. Skin flaps in reconstrutive surgery. Veterinary Clinics of Noth America: Small Animal Practice,v.20n.1,p-81-125,1990. 63
PAVLETIC,M.M. Enxertos Pediculados. In: SLATTER,D. Manual de cirurgia de Pequenos animais. 2° Edição. São Paulo: Manole,1998. p.366-399.
REMEDIOS, A.M., BAUER. M.S, BOWEN, C.V.A, FOWLER,J.D. Axial pattern skin flaps in cats. Microsurg.v.12, p.125-129.1991. animal soft tissue Surgery. v.1.n.1,2010.

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